domingo, 4 de janeiro de 2015

CAÇADA MORTAL ( A WALK AMONG THE TOMBSTONES )


Trailer 5 do filme Caçada Mortal


Baseado nos livros de Lawrence Block, entretanto  um filme com texto, estilo e temática caracteristicamente Pulp ou Pulp Fiction, como eram chamadas as publicações populares que retratavam o submundo de Los Angeles, em meados do século passado, cujas histórias foram escritas entre outros por  Raymond Chandler e Dashiell Hammet, que publicavam seus contos na principal revista do gênero,  a Black Mask, precedendo e de certa forma inspirarando o gênero comics.

Mas, voltando ao filme, tem todos os elementos daquelas narrativas, o herói em busca de redenção em meio a um mundo-cão onde impera a lei do mais forte, do mais esperto, do mais inescrupuloso, e toda espécie de instintos selvagens e destrutivos evidenciados em um universo marginal e subterrâneo.

O herói,  aqui, é um ex policial que comete um erro fatal -, alcólatra, divorciado,  que vive isolado e faz alguns bicos para sobreviver. Ele conhece rapaz negro que não tem aonde morar e gosta dormir em bibliotecas -, talvez por isto conheça as estórias dos detetives Sam Spade e Philip Marlowe -, que passa a ser seu parceiro. Reside aí a diferença para os filmes thriller que estamos acostumados a ver ... há um dose de sensibilidade que transcende e permeia os personagens, como leitmotiv.

São traficantes, indivíduos abandonados, drogados, psicopatas e assassinos que pululam em mundo submerso em que dia e noite não se diferenciam, significam apenas a repetição de ciclos infernais e purgatórios, à semelhança dos círculos dantescos, submetidos a um comando maior, o sistema.

Liam Neeson se encaixa no papel do ex policial. Ele possui carisma e talento dramático suficientes para dar ao personagem alguma densidade ...

Os assassinatos ritualísticos e o desfecho cru e amoral da estória, são o mote e a conclusão apropriados para o desfile de tipos e situações identificados à narrativa Pulp, se lhe fossemos atribuir uma classificação.

É muito mais Pulp Fiction, que aquele de Tarantino.


Por A.H. Garcia

       

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