terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Hotel Ruanda

Filme que vi já há algum tempo. Segundo o crédito da TV fechada, é de 2004. É um filme duro, que mostra o genocídio que tem acontecido na Africa há 60 ou 70 anos, pelo menos - acompanhado de uma diáspora, graças à subversão imperialista que se estende desde o século XIX até os nossos dias.

Sartre já falava do problema de identidade do grande Patrice Lumunba, mártir da independência do Congo, um "evoluído" vítima de uma educação ministrada por padres jesuítas, dividido entre suas raízes e a assimilação da cultura do conquistador, sem contudo ter qualquer direito àquela cidadania.

O tema da narrativa é o pânico e terror em que vivem as populações desses países totalmente caóticos, cujo o principal motivo de conflagração é a questão étnica, uma guerra fratricida que diferencia seus cidadãos por sua raça ou tribo. Paralelamente, percebe-se uma transformação cultural e política, motivada de um lado pelo aculturamento desses povos e de outro pela estrutura de poder totalitária, financiada pelas antigas metrópoles.

O ator negro americano, Don Cheadle, é um pacato gerente do principal hotel do país, que tem acesso a informações privilegiadas pela sua posição. Ele se contenta com aquele status quo, sem maiores questionamentos até que a guerra chega em sua - até então - segura casa ... Aí parece se situar o pathos do filme, o conflito íntimo que, de alguma forma, finalmente o mobiliza a lutar pela sobrevivência de todas aquelas pessoas perseguidas pelo horror e desespero do holocausto.

O ator Joaquim Phenix, segundo me lembro, é um jornalista inicialmente cínico e distante daquelas mazelas do terceiro-mundo ... porém, não me recordo do desenrolar do seu personagem. Provavelmente, ele se transforma assim que entra contato com aquela realidade. Talvez, pelo senso altruísta, edificado pelos seus valores democráticos ... entretanto, sua ação será sempre evasiva.

Achei um filme digno de um Costa Gravas dos bons tempos ... embora temperado com muita ação e uma atmosfera rarefeita.


Por A.H.Garcia

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

The Runaways

Acho que as imagens dizem muito ... o filme é uma porrada seca ... crua ... revolve as vísceras até mesmo daqueles que participaram de todo aquele movimento, os que dele se beneficiaram - talvez, seus vanguardistas e ideólogos, que souberam mobilizar aqueles jovens anjos proletários desestruturados, ou a indústria que soube mais uma vez capitalizar a novidade, ou nós mesmos ...
que os consumimos como signo de rebeldia, após uma época em que o rock e a arte em geral eram uma forma de expressão bastante palatável, em que nada controverso ou explosivo acontecia.

As meninas do Runaways eram contemporâneas do Sex Pistols, Clash, Ramones, Stooges e tantas outras. Por trás de de seus gritos e sua verborragia tão desafiadora, da sua aparente subversão dos costumes e uma pretensa crítica ao sistema, eram uma espécie de Joana D'Arc ( ou Joana, A Dark ... como diria Marcelo Nova mais tarde ) se entregando ao sacrifício, ingenuamente, em um processo autodestrutivo.

Ora ... acontece que essa autodestruição foi como uma bomba kamicase que expôs os recalques de um segmento social que manifestava sua baixa autoestima ou a projetava de uma forma caótica, detonando instituições basilares do capitalismo. Essa jornada seria tão virulenta quanto transitória, pois para cada antídoto há um veneno ou vice e versa ... a indústria tratou de reciclar o movimento com se faz com qualquer sub-produto, através de um esquema de escala industrial que pulverizou os frageis egos daquelas meninas que de repente encontravam-se em cima de um púlpito com milhares de adolescentes histéricos como seguidores.

A letra de Geração Coca-Cola, de Renato Russo, traduz bem aquela época " Depois de vinte anos na escola, não é difícil aprender ... todas as manhas de um jogo sujo ... não é assim que tem ser ... vamos fazer nosso dever de casa ... e aí então vocês vão ver ... suas crianças derrubando reis ... fazer comédia no cinema com as suas leis ... ".

The Runaways mostra uma combinação de lirismo e revolta que é uma porrada ... e que não há geração espontânea ... pois é, Darwin estava certo.

Por A.H.Garcia

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Baaria - a porta do tempo

Li uma "crítica" sobre "Baaria", na qual o autor sentenciava que o diretor Giuseppe Tornatore havia pretendido reeditar o sucesso de "Cinema Paradiso" - do próprio diretor -, mas, não havia conseguido tal intento.

"Baaria" como "Cinema Paradiso", são dois exemplos de como filmes com acabamento estético apurado podem ser acessíveis e ao mesmo tempo densos, pelo lirismo que consegue transgredir e subverter a realidade imediata. Afinal, para mim esta é a função do cinema - mesmo como obra de arte -, ser um transporte; melhor, um teletransporte.

Esta, a grande e feliz semelhança entre as duas obras. Uma outra, fundamental, a onipresente referência ao cinema e sua importância comunitária.

A temática de Baaria tem mote, contexto e viés completamente diversos. Nesse particular, o enfoque sobre a importância do PCI como ator político em uma região atrasada e pobre, dominada por organizações como a máfia ... e todas aquelas questões relativas à identidade do partido em uma região em processo de transformação das relações sociais.

A metáfora de pai e filho se cruzando atropeladamente, por uma rua que vai se transformando à medida que eles continuam a correr em direções opostas, esta encruzilhada do tempo, em que se debruça o filme de forma extremamente bela.

Em sua bagagem, a tradição do neo-realismo no tratamento da temática proposta. Com uma fotografia calcada em matizes fortes, que realçam paisagem rústica e acidentada e, ao mesmo tempo, os conflitos latentes sob um panorama quase selvagem ... em que os homens têm sua existência praticamente suprimidas pela ignorância e pela bruteza que permeam suas vidas

Fiquei sobremaneira impressionado com Pepino, o personagem central e fio condutor da história. O existencialismo à italiana, que ele exala com sua ideologia de esquerda e uma consciência estóica, em contraponto com todas as mudanças que o mundo atravessa ... ressaem-se na cena final em que, contido, se despede do filho (presumo que o próprio Tornatore) e o manda fazer a vida - como seu pai, um campesino emancipado, havia feito com ele -, e logo após corre "tragicamente" contra o tempo.

Um filme de verdade ... vi outros dois filmes depois, "Homens em Fúria", com Edward Norton, De Niro e Milla Jovovich -, que sex appeal! -, e "Instinto de Vingança", baseado no Conto "Coração Delator", de Edgard Allan Poe, que foram decepcionantes.

Por A.H.Garcia

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Escritor Fantasma

Um Polanski. Não se pode dizer que seus filmes sejam engajados, no significado estrito do termo. Talvez libertário - em sua verve libertina -, aliás, um traço pessoal do autor. Entretanto, sua dimensão anarquista, e política, resulta dessa transgressão moral que incomoda àqueles que se preocupam excessivamente com os costumes.

O argumento do filme baseia-se na dissecação do perfil daquele que é o instrumento de um grande embuste político, controlado por um esquema baseado nos interesses do senhores da guerra e seus fantoches, no comando das grandes potências. O príncipe da fábula no entanto, é uma mulher - e sua carga sensual e trágica. O rumo da história e os desdobramentos dessa rede ganham contornos dramáticos, que têm como pano de fundo as relações internacionais, notadamente a política de alinhamento Estados Unidos-Inglaterra.

Essa trama que se situa entre a comicidade e o niilismo, tem como atores, um primeiro ministro, sua manipuladora esposa e um escritor fantasma, que se envolvem em um jogo psicológico, porém como todo filme de Polanski, há um elo entre os três personagens - a inescrupulosidade.

A fotografia calca-se em um matiz neutro e pouca profundidade. Os planos revelam uma paisagem estéril e inóspita, contra uma luz invernal que invade a tela, como que pulverizando a cena - como um efeito teatral -, em enquadramentos muito precisos. Além disso, o cenário e as remotas locações escolhidas, traduzem uma atmosfera absurda e fantástica.

Um Polanski. Talvez, o tema da relação Estados Unidos-Inglaterra e suas guerras púnicas, é que seja a novidade.

Por A.H.Garcia

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Syriana

Um filme desmistificador ... é o que pretende ser Syriana. O avesso do esquema dos blockbusters das grandes produtoras de Hollywood, braço midiático da propaganda intervencionista do estabilishyment norte-americano. Algo próximo a Chomsky, talvez menos combativo, porém bastante humano em sua denúncia, que transcende o cinismo e a passimônia com que esses temas são tratados. No Brasil, o nome para isso é subserviência.


Um filme forte, significante, sem concessões ao paradigma individualista da indústria.

Por A.H.Garcia

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Homem de Ferro 2

A verossimilhança subjacente no enredo do " Homem de Ferro 2 ", não tem outra função senão aquela de reafirmar a eugenia superior do protótipo americano. Podemos assistir a um complexo de imagens denotam o extremo poder de uma doutrina sobre a belicosidade e seu jogo de cena. A beleza devora a arte.


Estereótipos antiquados - remontando aos tempos da guerra fria -, conflituados heróis em contraponto às figuras bizarras que vicejam sob o desmazelado mundo pós-comunista, representado pelos párias sociais. Um clichê anacrônico, entretanto desconstruído para reeditar uma velha idéia.

Contudo, não há como negar que a produção resgata o glamour das películas hollywoodianas, com personagens icônicos sustentados por atores que, embora um tanto engastados, conservam ainda um élan inquestionável, como Robert Downey Jr e Gwyneth Paltrow, além da coadjuvante de luxo, Scarlet Johansson.

Mickey Rourke, após uma atuação visceral em " O Lutador ", voltou aos papéis caricatos, desprovidos de qualquer peso específico na história. Certamentre, um desperdício para um ator essencialmente existencial e atuações marcantes e contundentes.

Enfim, Tony Stark foi e ainda é um "autêntico" herói ... com uma nova roupagem, contemporânea, global ... entretanto lhe foi acrescentado, ou, talvez, acentuado, um novo atributo, o narcisismo. De fato, este traço tornou mais verdadeira e nem por isso menos densa, sua persona.

O " Homem de Ferro 2 " conseguiu ser melhor do que o primeiro, com um roteiro redondo e planos e efeitos ainda mais espetaculares. Todavia, seu tom excessivamente cínico reflete um certo reacionarismo à transição para uma nova ordem mundial.

Por A.H.Garcia

quarta-feira, 10 de março de 2010

Entre Deus e o Pecado

Filme de 1960, dirigido por James Brooks, que assina o roteiro também, com Burt Lancaster e Jean Simmons, cujo argumento é um tema bem atual – o mercado da fé. O texto trata o assunto com algum realismo, atributo de um enredo bem sustentado por um roteiro muito bom, que discute o papel dos pregadores populares no crescimento da indústria da fé.

Esse debate ocorre em duas vertentes. Uma delas, o jornalista que chegou a ganhar um Pulitzer - uma das poucas referências temporais - e acompanha as caravanas, o qual tem uma visão cínica sobre o espetáculo que cerca as pregações e os artifícios utilizados em tais eventos. A outra, é a elite pastoral – os pregadores formados em universidades, de diversas igrejas, que repudiam os métodos utilizados por aqueles mais populares, a quem atribuem a corrupção do sacerdócio e questionam os seus resultados.

Entretanto, o forte apelo popular não resulta apenas dos métodos derivados do Goospel – ou sua adaptação à população branca suburbana, ressentida com a perda dos valores tradicionais da América, em franca expansão do seu modelo consumista.

O irônico é que a técnica empregada por esses novos mercadores da fé, assemelha-se às mesmas técnicas do consumo de massa, e a fé um produto vendável – ou um sub-produto cultural de uma população alienada. O ritual representado pelos cultos resulta na catarse coletiva daquelas pessoas torturadas entre a moralpuritana e a realização dos seus desejos - sublimados e escamoteados pela cultura do consumo.

A personagem da pregadora representa bem essa ambiguidade oscilando entre a viver uma vida plena - sexualmente - ou manter-se casta e protegida das desilusões do mundo, capitulando ao final quando opta por morrer no incêndio de seu templo. E seus elementos parecem convergir para um grande vácuo existencial.

Burt Lancaster é sem dúvida um dos maiores atores de sua geração, e sua atuação é fenomenal. Com esse filme ele veio a ganhar a Oscar de Melhor Ator Principal.

Não é um filme com uma grande produção. Não existem nuances destacáveis quanto a arte, cenários, fotografia. Mas, a grande contribuição que ele dá é mostrar a América suburbana e seu interior, de forma objetiva e com o requinte de ser uma ficção.

Por A.H.Garcia

segunda-feira, 1 de março de 2010

Zumbilândia

Zumbilândia. Terra de zumbis. Aqui no Brasil, a palavra zumbi tem tem uma alusão histórica libertária, revolucionária – entretanto, não vou me dar ao trabalho de procurar no dicionário. Creio que a palavra tem a mesma raiz etimológica em ambas as línguas, embora uma significação fundamentalmente diversa.

Não è à toa, que essa significação é explorada pelo filme. Zumbilândia, sem dúvida, para lá e além de sua estética “trash”, pretende ser uma crítica à sociedade de consumo americana, contudo de modo absolutamente americano. Tem um discurso antropofágico, entretanto sem propor nada ... recaindo sempre na doutrinação escatológica do fim dos tempos – compreendendo-se o tempo e o espaço dentro de seus limites.

O texto apesar de primário, tem momentos divertidos. O roteiro fragmentado é um traço proposital e comum ao estilo “trash”, que se calca muito mais em cenas impactantes do que em sequências convencionais, e suas imagens evocam risivelmente aspectos patéticos da cultura americana, zombando da sua visão ufanista e utilitária.

Por falar nisso, a atriz Emma Stone merece atenção, transitando em versões Pin-up e Ninfeta. Woody Harrelson, sempre compondo tipos toscos, elementos intestinos do puritanismo messiânico, que pululam no imaginário popular da América. O protagonista, e em vários momentos narrador da trama, é um tipo interessante – parece carregar todas as neuroses e fobias de uma sociedade em permanente tensão, alguém que transita entre a maioria e a minoria, criando normas de sobrevivência para si - um anti-herói misantropo.

Bill Murray faz uma pequena e inócua aparição, e Abigail Bresling continua sendo a adorável garotinha de "A Pequena Miss Sunshine".

É um filme, todavia, que tem um argumento radicalmente contemporâneo ... a supervalorização ao limite das coisas e objetos consumados e sua equiparação ou capacidade de substituição do ser humano.

Por A.H.Garcia

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sherlock Holmes

Um Sherlock Holmes da mais pura estirpe – um super-homem à inglesa, imodesto e esgrimista de idéias, balançando estilosamente sob a acachapante moral vitoriana que, junto com outros tantos elementos compunham a atmosfera londrina da época. O personagem simboliza também a onipotência da Império Britânico, ao final do século XIX.

O filme consegue mostrar um pouco dessa visão imperialista da maior potência de então. E, parece-nos, deixa entrever uma significação em que se denota o ufanismo, o cientificismo, o chauvinismo, e, por fim, a ambiguidade entre um certo tom niilista e a perspectiva moralista que pontua no desdobramento final da película.

Um desses aspectos é o conflito ciência x magia – com a supremacia da primeira. No qual, entretanto, a ciência é usada como meio mistificador da realidade, que se afirma sobre os pilares da ideologia da supremacia inglesa. Sem dúvida, esta conotação política – guardadas as suas proporções – sustenta a mesma visão centralista e globalista que reverbera no seu discurso contemporâneo.

O cenário, contextualização, diálogos e demais passagens do texto, revelam um correto tratamento dos elementos temporais e sociais da época, característica do cinema inglês.

Aliado a isso, a composição que envolve seus personagens principais – entre arquétipos, estereótipos, e o senso de humor inglês -, para lá das idiossincrasias recorrentes observadas nos papéis do herói e do bandido – a vilania nunca teve o seu merecido valor, no cinema –, proporciona-lhes espirituosidade, leveza e algum senso crítico, misturados àquela aura de mistério típica dessas estórias, que tem seu lugar reservado na literatura inglesa e universal.

Entretanto, a fotografia sem maiores nuances e a falta de planos tornam o filme excessivamente padronizado, traduzindo um exagerado apuro comercial no tratamento de aspectos que demandam uma perspectiva com maior densidade estética.

Enfim, essa talvez não seja a proposta dos produtores e do diretor. Mas, continua sendo uma boa diversão.

Por A.H.Garcia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vício Frenético

O título em português, mais uma vez, me soa estranho. O termo “frenético” no entanto, tem muito em comum com o ritmo da narrativa e a textualidade da película. A significação aí, não é meramente um jogo de palavras, mas a materialização de uma história pseudamente bizarra. Enfim, um filme de Werner Herzogh, com os delírios e os arroubos visionários de seu realizador.

Nesse caso, essa marca registrada do diretor produziu maior comicidade para quem o assiste, sem contudo resvalar para a comédia ou a paródia -, seria muito simples descrever assim o comportamento “patológico” do protagonista. Este, contudo, o mesmo visionário de Fritzcarraldo ou Aguirre. O que mudou radicalmente foi o contexto – marcado pela contemporaneidade e a ubiquidade dos fenômenos sociais, notadamente em um país da importância dos Estados Unidos.


A cena do filme se dá em Nova Orleans. Flanco da América do Norte com os atributos necessários para a visão libertária e marginal de Herzogh -, que constrói um filme ao mesmo tempo próximo dos padrões e altamente subversivo, tanto em relação à significação dos elementos dramáticos quanto dos símbolos de que se utiliza. As loucuras risíveis do protagonista tem seu desdobramento potencializado pelos simbolos representados pelos reptéis que só ele vê, e que ancoram a história no fabulário proposto como forma narrativa pelo autor-diretor.


O fotografia está magnífica. Remete ao cinema expressionista com o recurso simples ao jogo de luz e sombras, e os closes em Nicolas Cage possuem uma expressão muito próxima daquela do Dr. Caligari, de Robert Weine, – eminente mistificador ... alguma correlação com regimes fascistas ... parece que isto passou pela censura da “indústria”.


O final para muitos é motivo de perplexidade, pois não há um desenlace. Este notavelmente antecipado pelo diretor, quando todos os desejos imediatos e básicos do protagonista se materializam, e os prêmios são-lhe ironicamente concedidos. Diria mesmo, que o detetive muito bem representado pelo Nicolas Cage é um legítimo herdeiro do Dr. Caligari. E a perplexidade deveria dar lugar à reflexão.

Salve Werner Herzogh!

Por A.H. Garcia