sexta-feira, 25 de março de 2011

A Megera Domada

Megera Domada para mim é um dos três melhores filmes com Elizabeth Taylor - os outros dois, Gata em Teto de Zinco Quente e Quem tem medo de Virginia Wolff -, e, não por mera coincidência, está entre suas melhores atuações. Um texto muito inteligente, de Shakespeare, cheio de diálogos ageis, cortantes e ferinos.

Esta paródia sobre os costumes medievais, brilhantemente transposta com todo seu arcabouço teatral para o cinema, na direção de Franco Zeffirelli, em 1967, teve como protagonistas Richard Burton e Elizabeth Taylor. A atuação da dupla foi perfeita, e Zeffirelli manteve-se fiel à linguagem teatral, porém lhe acrescentando os recursos que o cinema poderia proporcionar, adicionando ao texto falado uma fotografia em pequenos planos com uma abordagem pictórica e uma iluminação cênica, que realçam a ação e o movimento dos personagens.

A química entre os dois protagonistas - esta, ia além das telas, com a mesma intensidade - , seu timing e movimento corporal, e a familiaridade do diretor na abordagem do tema, resultam em uma atuação perfeita de ambos. Sobretudo, pode-se positivamente evidenciar o talento de Liz Taylor como atriz, inseparável de sua beleza irresistível. Para mim, Elizabeth Taylor possuía esse especialíssimo dom de fundir talento, inteligência e beleza.

Li em uma sinopse na internet, que obra seria uma comédia sobre a visão "chauvinista" masculina e a emancipação da mulher no século XVI. Acho que me descobri um tanto quanto "chauvinista", pois a personagem Katharina, para mim, representou um exemplar do que é ser uma megera.

Quem quiser apreciar a filmografia Elisabeth Taylor, sugiro esses três filmes como os mais significativos e importantes.

No mais, estamos dando adeus a uma das últimas divas de Hollywood. Contudo, atrás de todo clichê tem algo imanente e definitivo, e acho que Liz Taylor tem esse algo.

Por A.H.Garcia