Duas coisas se destacam como objeto de reflexão sobre o tema do filme. A compulsão nacional dos Estados Unidos sobre a questão do fim dos tempos – isto tem início desde a colonização, com o cerne do fundamentalismo abrigado nos porões do Mayflower e que perdura até os nossos dias, nas mentes e nas engrenagens produtivas da indústria americana, vide a corrida aeroespacial, nuclear, bélica etc – perigosamente extravasadas pelos fanáticos de plantão ...
Outro ponto bastante interessante. O problema central do mundo inteiro, mas mais dramático ainda para o bastião do Laissez Faire, o dilema Plutocracia x Democracia -, melhor, a questão moral -, afinal o mundo é governado pelo dinheiro e este compra tudo até a vida: claro que sim. Isto tem a haver com a mercantilização do trabalho, com a deificação do capital etc ... aliás traços atualmente muito mais evidentes em países emergentes e periféricos.
A ironia do filme é que seu argumento científico é o de que o núcleo da terra está sendo cozinhado por microondas emitidas por explosões solares, que faz com que se altere toda sua superfície e se desloque seus pólos magnéticos. Os pólos Sul e Norte, mudam de lugar – não deixa de ser uma teoria interessante.
Quantos aos atores, para quem valoriza sua presença, realmente dão alguma densidade e peso ao filme. Jonh Cusack, Danny Glover e a deliciosa Amanda Peet melhoram as coisas.
Por Antonio Henrique Garcia