sábado, 6 de agosto de 2011

"Em terra de cego ... e O homem que queria ser rei"

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Conto de H.G.Wells homônimo, se lhe referenciarmos o dito popular, sabiamente conotando situações em que grassam a ignorancia e a mediocridade, de forma impositiva, que degeneram para uma impostura geral. É dessas narrativas que exploram com singular profundidade aspectos da sociedade humana, que rebatem na dualidade temporalidade-atemporalidade, criando uma ficção que mais tarde precursora do gênero Ficção Científica, propõe situações inusitadas e talvez fantásticas até ...

Essa ponderabilidade - talvez - decorre da linguagem povoada de uma racionalidade ao mesmo tempo cartesiana e peculiar, que invoca o improvável com uma maestria absurda ... herdeira de Locke e Kant, projetando o mundo das coisas para o desconhecido e dentro dele próprio, com suas fantasmagorias desmitificadoras ...

" Em Terra de Cego Quem Tem Um Olho é Rei" é uma magistral história, que faz parte coletânea organizada por Ítalo Calvino sobre Contos Fantásticos do Século XIX, que recria a humanidade representada numa hipotética sociedade de indvíduos cegos que, não por caso, vive isolada em si mesma, com códigos de conduta que só se aplicam ao seu mundo - primado pela falta de visionaridade ...

Traço um paralelo aqui com o filme "O Homem Que Queria Ser Rei", com os grandes Michael Caine e Sean Connery, cujos personagens - dois exploradores ingleses - que empreendem uma viagem ali pelo que hoje poderia ser a região do Paquistão, India ou Nepal,  para criar seu próprio império pessoal, nos mesmos moldes da política colonialista de superexploração e acumulação material.

Um grande filme portanto, para assistir.


Por A.H.Garcia

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