O filme me interessou, na época, porque seria rodado em Porto Alegre. O lugar ao mesmo tempo mais cosmopolita do Brasil e um dos mais chauvinistas também. Em suma, é a síntese do ambiente urbano
contemporâneo - muito louco e xenófobo.
Acontece que ali é tudo muito extremado, a própria história do Estado confere isso. Revoluções separatistas, lutas
territorialistas e uma identidade marcada por uma vocação libertária, quase anarquista, cujo maior símbolo foi o próprio
Giuseppe Garibaldi. A
priori, me pareceu que a história seria mais ambiciosa, do ponto de vista da razões acima e por um
viés existencialista que permeia as relações que brotam nos núcleos dos grandes centros urbanos - argumento do filme -, que os americanos chamam de "
downtown", e tem uma significação
underground quando se amplia o foco sobre o
cotidiano desses lugares. Pessoas comuns, que quase sempre habitam pequenos apartamentos - no sentido que Foucault dá ao termo, de controle e segregação social.
Pela estética próxima dos
quadrinhos, o tratamento minimalista que o
diretor Jorge Furtado dedica à composição dos personagens e uma fotografia com um matiz "
noir" muito bem editada, o filme fez carreira em festivais no Brasil e no exterior, tendo arrematado o
prêmio de melhor
Diretor e
atores coadjuvantes com Pedro Cardoso e
Luana Piovani, no Grande
Prêmio Brasil de Cinema de 2004, contando com a participação de Lázaro Ramos e
Leandra Leal como
protagonistas, e Paulo José, o filme se tornou um "
cult"
contemporâneo do cinema nacional.
Por A.H.Garcia
Sinopse:
O filme, ambientado na zona norte da cidade de Porto Alegre, conta a história de André, um jovem operador de fotocopiadoras que precisa de 38 reais para se aproximar de sua vizinha Sílvia, por quem está apaixonado. Para isso, é ajudado por Cardoso, empregado de uma oficina, que topa qualquer coisa por dinheiro. Marinês é uma jovem que explora sua sensualidade para ascender na vida, e acaba se identificando com Cardoso.
Fonte: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário